César (apesar de ser uma história real, o nome é fictício) almoçava tranquilamente numa churrascaria da cidade de Sousa, interior paraibano.
Acertava com o repórter os últimos detalhes da transmissão do jogo que faria dentro de algumas horas. Foi quando percebeu que um de seus grandes ídolos na música entrava na churrascaria.
- Olha quem chegou. É Almir dos Fevers. Sou fã desse cara.
- Tu já tinha me dito.
- Vou lá falar com ele. Pedir para ele autografar meu CD.
- É vai sim.
César se dirige a cinco mesas à frente. Almir acabara de sentar.
- Olá, bom dia. Almir eu sou um grande fã seu.
- Ah é. Obrigado.
- Vai ter show aqui perto?
- Vai sim.
- Pense numa tentação. Se não tivesse que voltar hoje ficaria para assistir o show.
- E você?
- Vou transmitir um jogo aqui na cidade. Sou radialista.
- Que bom.
- Almir é o seguinte. Viajei de Campina Grande até aqui, mais de três horas, escutando seu CD. E gostaria de saber se você pode autografar meu CD.
- Ah, claro. Será um prazer.
- Espera só um pouco que vou aqui no carro pegar.
O radialista anda rápido pro carro. No caminho pensa (ele não tinha sequer escutado The Fevers na viagem) se o CD estava realmente no carro.
Depois de abrir a porta sente aquele bafo quente no rosto do calor que estava “armazenado” dentro do carro. O suor pinga da testa.
César senta-se no banco do passageiro, abre o porta-luvas (já pingando de suor) e começa a remexer o porta CD, com capacidade para 60 cd’s. Passa um por um.
Depois de olhar quase cinqüenta encontra. Era melhor não ter encontrado. O CD do grande ídolo era pirata, comprado naqueles carrinhos por 2 reais.
Não dava pra pedir um autógrafo num CD pirata. Seria muita cara de pau.
Mas ele lembra que a caixa do CD também está no carro. Sem jeito é uma capa típica de CD pirata. Aquelas feitas no computador impressa em papel oficial que só vem o nome do cantor, digitado na maioria das vezes em diagonal.
Uns dez minutos depois César volta pra churrascaria. Na parte da barriga, a camisa molhada de suor (tá pensando que é fácil ficar dentro de um carro no Sertão). Na testa o suor também escorre. As mãos vazias. Aliás, cheia de constrangimento.
- Eh, olha Almir eu o CD estava no carro, mas não consegui encontrar.
Uma desculpa esfarrapada para quem tinha passado três horas escutando um CD.
- Tudo bem. Fica pra próxima. Bom apetite pra você e bom trabalho lá no jogo, disse sem disfarçar que sabia da mentira.
O repórter da mesa acompanha tudo à distância. Sem entender nada.
- O que foi que houve?
- Fui pegar o CD no carro para Almir autografar e o que eu tenho é pirata. Não tive coragem de trazer.
- Hahahahahahahhahahaha.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
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2 comentários:
Stituação parecida aconteceu com um amigo meu, locutor aqui em Santa Cruz do Capibaribe PE. Em uma entrevista no studio com a Banda Magníficos, a vocalista Walquíria Santos pediu para ver a capa do mais recente cd da banda(daquela época), para que podesse indicar a música que seria executada naquele momento. Foi quando o locutor lembrou que o cd era pirata, ai ele disfarçou, "não estou com a capa desse cd no momento, deixei no studio de gravação".
bora atualizar isso aqui, ó...
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