domingo, 17 de fevereiro de 2008

Crescimento

O crescimento está fora da zona de conforto. Sair do conforto signfica mudança.

Nem todo mundo gosta de mudar. Principalmente no campo profissional. Quem adora inovar reconhece que existe um certo receio.

É natural. É a saída de algo conhecido para o, até então, desconhecido.

Somente quem supera esse medo é capaz de mudar e, conseqüentemente, crescer.

A mudança pode até no futuro se revelar errada. Mas fica a lição.

O problema é que nem todo mundo está disposto a pagar pra ver. Prefere permanecer na zona de conforto.

Cedo ou tarde somos levados a tomar uma decisão: permanecer no emprego ou mudar diante de uma aparente (aparente porque ainda é desconhecida) boa proposta?

O mais cômodo seria ficar onde todos conhecem seu trabalho e existe um respeito.

Mudar signfica ter que conquistar tudo de novo.

É.

Na nova empresa, apesar das boas referências, ninguém conhece de perto seu trabalho.

Será preciso justificar sua contratação. Isso requer mais trabalho e algumas adequações.

Lembro que um dia desses assisti a uma entrevista do goleiro Júlio César, hoje na Seleção Brasileira.

Ele disse que quando foi para Inter de Milão saiu do Flamengo com status de ídolo. Na Itália precisou começar do zero.

Suas boas atuações no Flamengo não garantiam uma vaga de titular. Precisava escrever sua história na Inter.

Com o tempo conquistou respeito e, hoje, é ídolo também na clube italiano.

A história de sucesso de Júlio César foi escrita com muito trabalho.

Einstein já dizia que o único lugar que sucesso vem antes de trabalho é no dicionário.

Já que entrei no campo das “frases feitas” sempre que falo em crescimento profissional lembro da história da carpa.

Diz um escrito que a carpa japonesa (koi) cresce de acordo com o tamanho do seu ambiente.

Num pequeno tanque geralmente não passa de cinco ou sete centímetros. Mas se colocada num lago pode atingir três vezes este tamanho.
Da mesma forma é no ambiente de trabalho. Se estamos num local que não nos oferece condições de crescer mais a saída é mudar.

Se somos maior que o ambiente em que estamos vivendo não precisamos ser como a carpa, que para o próprio bem aceita os limites do local.

Somos livres para decidir qual caminho seguir. E buscar um ambiente que proporcione crescimento.

Mesmo que a adaptação inicial seja desconfortável e dolorosa.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

A fase do Mirc

Passada a fase das salas de bate papo eu evolui. O mirc era agora meu canal de comunicação com minhas paqueras virtuais.

Na verdade eu não entrava no mirc atrás apenas de paqueras. Gostava de trocar idéias, fazer amizades, mesmo que passageiras.

No fundo o mirc era uma forma de – já que sou tímido - exercitar meu papo com as mulheres.

No mirc tinha a vantagem de poder escolher o lugar através do canal. Sempre optava por os canais de Campina Grande e João Pessoa. No máximo Natal e Recife. Seria mais fácil encontrar pessoalmente a minha possível paquera virtual.

Numa quarta-feira qualquer estava encerrando minha participação na net por volta da meia noite.

Mas resolvi teclar com a última mulher da noite. Não lembro o nome. Ela era de João Pessoa.

Em cinco minutos de conversa descobri que ela era noiva. Percebi pelas suas palavras – mesmo no computador – que o relacionamento não era lá essas coisas.

Chama a atenção a quantidade de pessoas que são mal amadas num relacionamento, mas mesmo assim continuam nele. Não vou entrar nos detalhes que fazem as pessoas se acomodarem. Até porque esse não é post de análises afetivas.

Voltando a conversa na net, minha nova amiga estranhou o fato de na época eu estar sem namorada há quase três anos.

Era a deixa que eu precisava para saber se eu estava certo sobre a má fase do noivado dela.

- É questão de opção. É melhor estar sozinho que está com alguém que não te completa. A pior solidão é a solidão a dois.

- É, respondeu ela demonstrando que sentia-se assim.

Aliás quando você disser a frase “a pior solidão é a solidão a dois” preste atenção na reação de quem está ouvindo. Essa pessoa pode estar sentindo-se assim.

A partir daí a conversa fluiu e ela me contou alguns problemas do noivado. Pediu o número do meu telefone celular. Dei. E em menos de cinco minutos ela estava me ligando.

Conversamos até quase quatro da manhã. Foram mais de três horas de papo.

E assim foi durante vários dias. Ela me ligava duas, três vezes por dia. À noite a conversa durava no mínimo três horas.

Sabia que ela era estudante. Minha curiosidade era saber onde ela arrumaria grana para pagar a conta astronômica de telefone que viria no final do mês.

- Minha mãe é prefeita de uma cidade do interior do Ceará. Ela manda o dinheiro pra mim.

Estava explicado. A conta seria paga com o dinheiro do povo dessa cidade, onde provavelmente a maioria do povo passava necessidade.

Precisava conhecer a pessoa que com quem tinha me afinado tanto. E quando se fala em conhecer pessoalmente sempre surge aquela pergunta: será que ela é bonita?

Não venha me dizer que ninguém que se preocupa com a beleza, que o importante é o interior.

Quem marca um encontro através da net se preocupa exclusivamente com a beleza. É a primeira impressão. Se a pessoa for bonita o lance evolui. Se não for trava.

Pois bem. Eu ia conhecer minha paquera no final de semana. Mas resolvi marcar um encontro numa quinta-feira antes. Nesse encontro quem iria seria um amigo.

Falei pra ela do meu plano. Aceitou na maior. Eu precisava ter uma noção do que encontraria no fim de semana.

Como era uma situação de perigo arrumei um dublê. Escalei meu amigo Daniel Brito. Ainda escolhi a roupa que ele vestiria. Uma camisa de super-homem (perdão em revelar isso DB).

Com esse traje seria impossível ela não vê-la em frente a faculdade.

E lá foi DB me representar.

No dia do encontro fui ao cinema com uma menina que estava de rolo. No meio do filme meu celular toca. Era Daniel.

- E ai Da Silva, tá onde?
- Tô no cinema com J*. E ai a menina? É bonita?
- É sim Da Silva. To te ligando pra perguntar uma coisa também?
- Fala.
- Se eu saísse com essa menina aqui tu ficaria chateado?

O dublê queria assumir meu lugar. Como estava com outra disse que o caminho estava livre. Mas lembrei na hora da cena do filme “Quem vai ficar com Mary?”

- Não tem problema DB. Estou aqui no cinema com J*.
- Ainda bem porque já estou indo ao posto comprar cerveja para levar pro apartamento dela.

Daniel parece que ainda conseguiu dar uma beijo nela. E só. Afinal ela era noiva
Duas semana depois fui a João Pessoa e a conheci pessoalmente. Gente muito boa. Ficamos no Mag Shopping eu, ela, uma amiga e o Daniel, meu dublê.

Depois dessa resolvi investir em paqueras do mundo real. E esqueci os dublês.